A música gospel "O Holy Night" ("Ó Noite Sagrada" ou "Ó Noite Santa") tem algumas controvérsias envolvidas consigo. A começar pelo nome, que muitos chamam de "Oh Holy Night", todavia a forma correta de nomeá-la é a primeira opção (alguém diga isso ao Google). Nem ao menos este é o nome verdadeiro da música. Calma, vou explicar.

A Disputa

A música gospel "O Holy Night" nada mais é do que uma versão americana da música francesa "Minuit, Chrétiens"  (Meia Noite, Cristãos), aliás, a música original tem uma sonoridade um pouco melhor. Contudo, os americanos consideram "O Holy Night" uma música americana, ficando conhecida, inclusive, pela voz de artistas americanos famosos e seus arranjos estupendos.

É inegável que a America do Norte deu reconhecimento à música, mas não podemos desprezar seus verdadeiros compositores: Placide Cappeau (letra) e Adolphe Adam (canção).

É uma junção de boa letra - que realmente leva à reflexão do intuito natalino - e uma formidável canção. Essa  receita de sucesso foi composta em 1847, mas por algum motivo (existem algumas teorias quanto a este motivo, mas nenhuma comprovada) a música caiu no esquecimento na Europa, ressurgindo - vários anos depois - como uma música americana.

Como os franceses compuseram esta música, mas os americanos fizeram o favor de retirá-la do abismo que se encontrava, colocando-a nas paradas de sucesso; é justo que eles dividam a nacionalidade desta bela canção gospel.

Comparação

Vamos comparar as duas versões, interpretadas por cantoras renomadas.

Minuit, Chrétiens

O Holy Night

Na sua opinião qual é a melhor? Existe uma melhor?

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A música gospel não surgiu junto com as manifestações evangélicas, ou seja, não existia uma separação de ritmos e estilos entre o que tocava nas congregações e o que tocava fora delas (a não ser pela letra).

Espiritual Negro

Surgiu na época da escravidão americana e era um dos gêneros mais usados nas congregações. O Espiritual Negro possui um andamento mais lento, uma letra para meditação e era cantado a capella ou com o acompanhamento de uma gaita (especialmente nos cultos) já que os escravos e negros livres (depois da escravidão) não possuíam muitos instrumentos. Sua estrutura de letra quase sempre é "A,A,B" (ou seja, duas partes  e um coro) uma estrutura muito usada na música Gospel até os dias atuais (percebe-se assim a influencia da Espiritual Negro no Gospel). Quanto à letra, propriamente dita, é composta por frases curtas e simples que se entrelaçam formando um harmonioso jogo de frases e respostas. Foi esse gênero o que mais influenciou a música Gospel, mas essa influencia só se deu depois de um tempo.

Um grande exemplo deste estilo é a música "Amazing Grace". Veja a matéria em homenagem aos seus mais de dois séculos.

O Nascimento

Thomas Dorsey foi um pianista de Blues que abandonou sua letra agressiva passando a tocar algo mais parecido com o Jazz, o que chamou de Gospel, mesmo assim a "igreja" da época não achou o estilo de Dorsey apropriado para tocar dento do santuário. Começou, então, uma saga impressionante. Thomas gravou, por conta própria, cerca de 500 cópias da música "If You See My Saviour" e distribuiu para congregações de todo os EUA, demorou bastante tempo (cerca de 3 anos) para que ele obtivesse alguma resposta, mas mesmo assim sua música ainda não era conhecida, muito pelo contrário, era alvo de muito preconceito. Thomas Dorsey trabalhou com nomes muito influentes na música congregacional como Sallie Martin, e aos poucos (depois de muita luta) viu o Gospel subir nos púlpitos.

If You see My Saviour

Precious Lord

Essa luta modificou totalmente a forma de louvar a Deus nas congregações. Não perca a próxima matéria da série especial: História da Música Gospel.